Queda e fratura em idosos

 

“As quedas e as lesões resultantes constituem um problema de saúde pública de grande impacto social enfrentado hoje for todos os países em que ocorre expressivo envelhecimento populacional. ”

Projeto Diretrizes, Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2008.

 

 

A fratura do quadril em idosos é uma das consequências mais graves das quedas e um problema de saúde pública, por estar relacionada a elevados custos no tratamento e na reabilitação do idoso. Não é apenas um custo para o idoso e seus familiares, mas de toda a sociedade, tendo em vista que a grande maioria do tratamento é realizado pelo SUS e após a fratura, muitos perdem sua independência, tornando-se dependentes de assistência constante, limitando o exercício de atividade trabalhista pelo membro da família que mantem empenhado nesta assistência. A outra face perversa desta fratura, é ainda mais grave pela associação com elevado índice de mortalidade, chegando à mais de 50% em um ano, em pessoas acima de 80 anos.

A principal medida e a mais efetiva para combater a fratura do quadril é a PREVENÇÂO. (Prevenção de fraturas em idosos)

Os idosos são as principais vítimas destas fraturas devido alterações fisiológica e doenças mais comuns no envelhecimento. Doenças como a osteoporose, mais prevalente com o avançar da idade, contribuem para um aumento da fragilidade óssea e desta forma, uma simples queda pode ter consequências graves.

 

 

Além disso, outras doenças mais comuns na terceira idade contribuem para aumentar o risco de quedas, como a osteoartrite dos joelhos e quadris, a redução da visão, a sarcopenia (perda de músculo), uso de múltiplos medicamentos e doenças neurológicas são alguns exemplos que podem afetar a força muscular, o equilíbrio e facilitar a ocorrências de quedas.

A fratura do quadril significa um conjunto de fraturas do fêmur proximal. As mais comuns, são as fraturas do colo do fêmur, as fraturas transtrocanterianas e as fraturas subtrocanterianas.

 

 

Tratamento das fraturas do quadril

Há dois principais tratamentos para as fraturas do quadril: um é a osteossíntese (fixação do osso com placas, parafusos ou haste intramedular) e o outro é a substituição do quadril por uma prótese articular (prótese do quadril)

 

A prótese de quadril é utilizada quando há uma fratura do colo femoral com desvio. Desvio da fratura significa que além da fratura do colo houve um deslocamento dos fragmentos. Quando há este tipo de fratura com desvio, está bem estabelecido na medicina que os resultados da fixação deste osso são muito ruins, tendo em vista as altas taxas de complicações, podendo chegar a mais de 50% a possibilidade de necessitar de uma nova cirurgia.  Isto acontece porque os vasos sanguíneos que nutrem a cabeça do fêmur geralmente são lesados no momento do trauma, resultando em osteonecrose avascular da cabeça femoral (morte da cabeça do fêmur) ou pseudoartrose (osso não cola). Nestes casos de fraturas do colo femoral com desvio, a prótese de quadril é a melhor opção de tratamento.

 

 

Em todas as outras fraturas do quadril (fratura sem desvio do colo do fêmur, fratura transtrocanteriana e fratura subtrocanteriana) o objetivo será a osteossíntese do fêmur, permitindo que o paciente continue com seu quadril natural. No entanto, cuidados deverão ser rigorosamente seguidos até que seja identificado na radiografia a consolidação óssea (o osso colado novamente). A salvação do quadril natural apesar de ser um excelente tratamento, não significa que haverá recuperação completa para o estado pré-fratura.

 

 

Recuperação

Os pacientes terão alta do hospital geralmente dois dias após a cirurgia. Alguns serão liberados para andar no dia seguinte a cirurgia, enquanto outros serão liberados para andar apensa após consolidação óssea. O cirurgião definirá quem poderá andar, antes ou logo após a cirurgia.

 

Alívio da dor

A dor após a cirurgia é esperada, porém o paciente deve usar a medicação prescrita para conforto, para evitar sofrimento e para facilitar a recuperação.

Os medicamentos são frequentemente prescritos para o alívio da dor por curto prazo após a cirurgia. Várias classes de medicamentos podem ser utilizadas para aliviar a dor, incluindo opióides, antiinflamatórios não esteróides (AINEs) e analgésicos. Seu médico pode usar uma combinação destes medicamentos para melhorar o alívio da dor, além de minimizar a necessidade de medicação controlada.

Reabilitação

É fundamental a mobilização após a cirurgia. Os pacientes podem ser encorajados a sair da cama no dia seguinte à cirurgia com a assistência de um fisioterapeuta. A quantidade de peso que é permitido colocar na perna operada será determinada pelo cirurgião e geralmente é dependente do tipo de fratura e da cirurgia.

O fisioterapeuta deverá trabalhar em conjunto com o cirurgião para recuperar a força e a capacidade de caminhar do paciente. Este processo pode demorar alguns meses.

 

Riscos durante a internação

Uma transfusão de sangue pode ser necessária após a cirurgia, mas geralmente não é necessária.

A maioria dos pacientes utilizará medicamentos para “afinar” o sangue e reduzir as chances de desenvolver coágulos sanguíneos. Estes medicamentos podem ter a forma de comprimidos ou injeções. Meias de compressão elástica ou botas de compressão infláveis ​​também podem ser usadas.

 

Consultas após a cirurgia

Após a cirurgia, o cirurgião deve acompanhar o paciente de forma regular, verificando a ferida cirúrgica, orientando o momento de remover suturas, realizar uma avaliação sequenciada de radiografias com o objetivo de garantir a o processo de consolidação óssea e evitar evolução de possíveis complicações. Além disso, o cirurgião deve avaliar a velocidade da recuperação através da prescrição de fisioterapia.

Após a cirurgia de fratura do quadril, a maioria dos pacientes recuperará muito, senão a totalidade, da mobilidade e independência que tiveram antes da lesão.